segunda-feira, 29 de maio de 2017

A FALSA DEMOFILIA NA POLÍTICA

Eleição vai, eleição vem,
E sempre a mesma rotina;
As sanguessugas nos chupam,
Enquanto o povo lastima.
Lastimam, mas não aprendem,
Por isso os ladrões nos prendem
Sempre na mesma folia.
Mas nos meses de campanha,
Todo ladrão nos apanha:
A falsa demofilia.

Todo partido é igual,
E não tente discordar;
Pois quem vem discordar disso,
Está bom de acordar.
Não rouba do mesmo jeito,
Mas doutro tira proveito;
Você em algum confia?
Eu não confio em nenhum,
Pois é muito bem comum
A falsa demofilia.

A falsa demofilia,
Com palavras de esperança,
Aproxima-se do povo,
Pra conquistar confiança.
Do jeito que a vida está,
Nunca vou acreditar.
Como você avalia?
Avalia com esperança?
Olhe a falsa aliança:
A falsa demofilia.
  
A falsa demofilia
É uma rede de pesca;
É quem mais seduz o povo;
Meu povo, ela nunca presta!
Mesmas palavras de novo,
Diz que dá apoio ao povo,
Isso sempre foi mania;
As palavras sedutoras
Pra eleições impostoras:
A falsa demofilia.

A falsa demofilia,
Em campanhas e eleição,
É a melhor arma usada,
Pois tem fácil sedução;
Uma sedução comum,
Que sempre engana um por um.
Ah, meu povo, acorde um dia!
Não seja mais enganado
Pelo “bom” palavreado
Da falsa demofilia.

A falsa demofilia,
Uma atraente isca,
É o lindo palavreado
Que ao povo sempre conquista.
Eu te faço um pergunta:
Quando a esmola é muita,
O cego não desconfia?
Não se deixe enganar!
Cuidado com o blá, blá, blá...
Da falsa demofilia.
  
Uns dizem não prometer?
Você nunca caia nessa!
Diga-me qual o político
Que não vive de promessa!
No palanque, a todo mundo,
Promete o mundo e o fundo,
E o povo se afilia.
Bando falso demolatra
Que só usa na matraca
A falsa demofilia.

Tanta conversa bonita,
Cada qual de admirar;
Demonstram tanta humildade,
Só faltam ao povo adorar.
Depois tomam outro rumo,
Tome o povo fogo e fumo
Das palavras que engolia!
Grita, aguenta, coração!
Logo vem noutra eleição,
E a falsa demofilia.

Falar tanto pelo povo
Em campanhas, sempre é moda;
O povo sempre acredita,
O povo se acomoda;
O povo sempre escuta
A toda palavra astuta,
Sempre a mesma covardia;
Toda eleição acredita
Nas mesmas palavras ditas
Da falsa demofilia.

                                                 Junho/2015
CAMINHONEIRO X “CAMINHONETEIRO”

Van Gilmar de Exu Fretes:
Vinha o caminhoneteiro       
No ano dois mil e quinze,
Vinte e um de fevereiro.
De Juazeiro do Norte,
Nós enfrentamos a morte,
Foi momento assustador:
Um caminhoneiro brabo,
Possuído pelo Diabo,
Na pista nos enfrentou.

Todos nós, dentro da van,
Paramos no acostamento;
Bem atrás de nós estava
Um carretão no momento.
O carretão foi saindo,
Para a pista foi subindo,
Caminhoneiro nojento
Bateu, raspou... Vixe! Nã!...    
No retrovisor da van,
Pois o bicho era impingento!

O retrovisor da van
Ficou um tanto trincado;
Nosso caminhoneteiro
Ficou raivoso um bocado!
Nosso caminhoneteiro
Buzina ao caminhoneiro:
Fez uma ultrapassagem,
E o caminhoneiro, a inchar,
Logo tentou nos fechar,
Pense numa sacanagem!
  
“Venha, fi de rapariga!”,
Disse o caminhoneteiro;
Fazendo a ultrapassagem,
Disse pro caminhoneiro:
“Se eu tivesse um Trinta e Oito,
Agora tu tava morto
Com um tiro em tua cabeça!”.
Numa hora dessa, má,
Só nos resta a Deus clamar,
Não importa o que aconteça.

Chegando ao Posto Arizona,
Um posto de combustível,
Lá estava o caminhoneiro,
O momento foi temível!
O motorista da van,
Logo ao vê-lo, disse: ãhan!
Agora te pego, seu...
E os dois pegaram, então,
Uma baita discussão,
Leia a briga que deu:

--Ei, rapaz, por que aquilo?    
Me responda aí, seu fela...!
Por que raspou no meu carro?
Heim?! Que putaria aquela?
--Ôxe! Nem venha com onda!
Ora, tu estaciona...
Por acaso não tem vista?
Faz-se estacionamento
É sempre no acostamento.
Tu tava em cima da pista!





--Em cima da pista, não,
Eu parei no acostamento!
Você é ignorante,
Eu não sou nenhum jumento.
--Cê tava na pista sim,
Nem venha mentir assim,
E não tente, não insista!
Tu prestou atenção lá?
Nem venha com blá, blá, blá...
Tu tava em cima da pista.

--Caba teimoso da porra...
Eu num tava em cima, não!
--Tava em cima, sim, minínu,
Deixa de enrolação!
--Enrolado tá você!
Pensa que eu sou o quê?
Pensa que tu me “conquista”?
--Se convença se quiser,
Tou dizendo é o que é:
Tu tava em cima da pista.

--Pessoal, vamos ter calma,    
É só isso que nos resta;
Ele tá errado mesmo,
E violência não presta.
--Bom... Eu mesmo cheguei calmo,   
Pois naquilo ele se arrisca?
--Não fiz nada de arriscado,      
Vai dizer que tou errado?
Tu tava em cima da pista.


--Mesmo eu em cima da pista,
Precisava tu bater?
Você é ignorante,
Só quem quer direito ter.
--Que conversa da bixiga!
Se quiser nóis até briga,
Em mim ninguém nunca trisca!   
Não adianta mentir,
Não adianta insistir:
Tu tava em cima da pista!

Chame a polícia agora,
Pois eu filmei tudo, meu!
--Que negócio de filmagem!...
O que vai haver com eu?
--O quê? O que vai haver?!
Apois chama pra tu ver!
A filmagem tá na lista.
--Vai com tua sacanagem!
Não tenho medo de filmagem.
--Tu tava em cima da pista.

                                           Fev/2015